Último caso ocorreu com jovem de 17 anos
São João del-Rei está entre as cidades que mais contribuem para alavancar o número de doações e recepções de órgãos e tecidos na região da Zona da Mata do Estado de Minas Gerais. A informação é do coordenador da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Orgãos e Tecidos da Zona da Mata, Joseth Fredric Whitaker. O último caso de doação aconteceu na semana passada na Santa Casa da Misericórdia de São João del-Rei quando os pais do adolescente Iago Gabriel Vieira Andrade, de 17 anos, optaram por doar os órgãos do filho após constatada morte encefálica decorrente de três tiros que atingiram o rapaz no dia 23. “A doação era uma coisa que meu filho sempre deixou claro que era a favor, eu quis atender esse desejo dele, por isso concordamos”, explicou Vera Lúcia Vieira Silva.
Segundo o neurointensivista Jorge Luiz Paranhos, atitudes como a de Vera têm se tornado frequentes na cidade, o que faz com que São João del-Rei sobressaia estatisticamente em relação ao restante do Estado e do país, o médico credita o sucesso às campanhas de conscientização realizadas entre os pacientes. “Antes de começarmos a distribuir as cartilhas e conversar com os pacientes, o nosso número de doadores era cerca de 25% dos casos de morte encefálica. Hoje esse percentual subiu para 85%, em média, enquanto o percentual nacional está em 45%”, comemorou. Para o coordenador do Central de Notificação, o fato merece destaque. “A movimentação está aumentando, o MG Transplante busca ampliar, a cada dia, o número de doações. Enfrentamos dificuldades por ser um processo multidisciplinar que envolve muitas pessoas e muitos recursos, mas ainda assim, estamos evoluindo”, afirmou.
A retirada das córneas e rins do rapaz aconteceu na madrugada do dia 30 e, segundo Vera, a espera para a concretização do processo não foi fácil para a família. “É meio complicado por ser burocrático. Existe aquela papelada toda, comunica aqui, comunica ali. Isso causa um desgaste para a família porque já é uma situação emocional horrível, a gente fica muito ansiosa e chega a perder a noção do tempo”, afirmou. No caso de Iago, Whitaker explicou que questões específicas contribuíram para a demora na retirada dos órgãos. “Esse caso foi excepcionalmente mais prolongado porque os exames são muito rigorosos, a legislação é muito rígida e deve ser assim para que a vida seja respeitada. Além disso, o paciente apresentou níveis de sódio acima de 180, quando o normal é até 155.
Houve uma tentativa, durante três dias, de diminuir essa taxa através de medicamentos porque o elevado índice de sódio no corpo inviabiliza a recepção dos órgãos que podem não responder no corpo do paciente que recebe o transplante”, explicou. De acordo com a administração da Santa Casa, a instituição foi credenciada para a captação de órgãos pela Portaria nº26 do Ministério da Saúde, de 9 de fevereiro de 2009. O hospital é o único da região habilitado para esse tipo de procedimento.
da Gazeta de São João Del Rei
Um comentário:
Olá blogueiro,
É muito importante também incentivar a doação de órgãos e conscientizar as pessoas sobre a importância deste gesto de solidariedade.
Para ser doador de órgãos não é preciso deixar nada por escrito. O passo principal é avisar a família sobre a vontade de doar. Os familiares devem se comprometer a autorizar a doação por escrito após a morte. Divulgue a ideia e salve vidas!
Para mais informações: comunicacao@saude.gov.br
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