Pular para o conteúdo principal

UFLA TEM HOJE 1.365 PROJETOS DE PESQUISA REGISTRADOS NA PRÓ-REITORIA DE PESQUISA


A Constituição de 1988, em seu Artigo 207, garantiu às universidades autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, ao mesmo tempo em que definiu a necessidade de obediência à indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. 

E a data em que se comemora o Dia Nacional do Pesquisador (Lei nº 11.807/2008) – 8 de julho – foi uma boa oportunidade para falar sobre um desses pilares – a pesquisa na Universidade Federal de Lavras (UFLA).

Alguns números
De acordo com dados da Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP), a UFLA tem hoje 1.365 projetos de pesquisa registrados, número 48% superior ao encontrado cinco anos antes – em 2012. 

Uma boa parte deles (48%) está concentrada na área de ciências agrárias, que por sua vez está ligada ao contexto histórico de fundação e desenvolvimento da universidade. 

As áreas de ciências biológicas, de saúde, exatas, humanas, sociais aplicadas, engenharias e de linguística, letras e artes avançam na pesquisa, à medida que ganham espaço também no ensino e na extensão.

Nesse universo em que as informações científicas se transformam em um conhecimento que se estrutura para ser útil à sociedade, os números mostram que pesquisadores e pesquisadoras caminham juntos nos esforços. 

Considerando o total de mulheres que são potenciais pesquisadoras (ligadas ao quadro de servidoras da UFLA), o número de projetos de pesquisas coordenados por elas equivale a 48%. 

Outro dado que merece destaque é o número de estudantes de pós-graduação, cuja formação está diretamente ligada à produção científica. A UFLA tem hoje mais 2.400 pós-graduandos, sendo 55,6% de mulheres e 44,4% de homens.

Bolsas
Estudantes de ensino médio, graduação, pós-graduação ou mesmo recém-doutores e pesquisadores já experientes têm acesso a diferentes modalidades de bolsas de incentivo à pesquisa, seja as concedidas pela própria UFLA, seja as que são concedidas por meio das agências de fomento.

Vale um destaque para o Programa BIC Júnior na UFLA, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O objetivo da iniciativa é despertar a vocação científica em estudantes do ensino médio da rede pública, incentivando talentos potenciais a prosseguir no caminho acadêmico. D

urante os três anos do Ensino Médio, eles participam de atividades de pesquisa científica e tecnológica, com orientação de pesquisadores da Universidade.

Na UFLA, o BIC Jr. teve início em 2002. Atualmente, são 150 vagas do BIC Jr. na instituição. Todos os anos, a UFLA certifica os estudantes concluintes do Programa em cerimônia oficial. 
“Antes do BIC Júnior, a Universidade parecia um lugar inacessível para mim. Mas circulando pela UFLA, descobri a área profissional que pretendo seguir e decidi que é esse mundo que desejo para mim. Aqui tivemos um desenvolvimento muito grande. Até nosso vocabulário se transformou. Foi muito bom! – depoimento de Tamires Aparecida de Oliveira Silvam, concluinte do programa em 2016.

“Antes do BIC Júnior, a Universidade parecia um lugar inacessível para mim. Mas circulando pela UFLA, descobri a área profissional que pretendo seguir e decidi que é esse mundo que desejo para mim. Aqui tivemos um desenvolvimento muito grande. Até nosso vocabulário se transformou. Foi muito bom! – depoimento de Tamires Aparecida de Oliveira Silvam, concluinte do programa em 2016.

Recursos
Além do investimento de recursos da própria universidade, o desenvolvimento da pesquisa é potencializado por meio de recursos captados, por exemplo, junto às agências de fomento (CNPq, Fapemig, Capes e outras). 

Esse volume tem sido crescente nos últimos anos, saindo de 27,6 milhões de reais em 2012 para mais de 38 milhões em 2016. A apresentação de propostas bem fundamentadas aos editais dessas agências é determinante para esse avanço.

Prêmios e Reconhecimento
Os investimentos feitos e os esforços da comunidade acadêmica na pesquisa tornam os resultados visíveis por meio de prêmios e reconhecimentos alcançados por pesquisadores da instituição.

Os reconhecimentos também são perceptíveis por resultados como o do Ranking Folha 2016, em que a UFLA aparece com a quarta universidade mais produtiva do País, considerando-se o número de artigos científicos publicados por professores. 

A edição da Folha de São Paulo de 19/9/2016 chegou a citar a UFLA como a instituição mais produtiva fora do Estado de São Paulo, já que ficou atrás apenas da Unicamp, USP e Unifesp, sendo uma instituição de pequeno para médio porte, localizada no interior do Estado. (Relembre a divulgação feita na época)

Internacionalização
O investimento em ações de internacionalização, como os programas para aumentar o acesso da comunidade acadêmica aos cursos de idiomas, por exemplo, é outro fator que tem colaborado para o avanço da pesquisa na instituição.



- clique na imagem para ampliar - Números referentes a publicações científicas de autores ligados à UFLA em uma das principais bases internacionais (Web of Science). Levantamento: PRP.

_________________________________________________________________________________
RESULTADOS E NOVOS PROJETOS

Teodorico Ramalho enfatizou as ações para o fortalecimento da Pesquisa, durante reunião realizada em 2016 sobre planejamento estratégico da instituição

O atual pró-reitor de Pesquisa da UFLA é o professor do Departamento de Química (DQI) Teodorico de Castro Ramalho.  

À frente da Pró-Reitoria de Pesquisa há cerca de um ano, Teodorico fala dos desafios, das conquistas e das possibilidades para a pesquisa na Universidade.

Como podemos avaliar os resultados da pesquisa na UFLA hoje?

O avanço tem sido significativo, principalmente quando consideramos o quesito “internacionalização”. Nossas publicações em periódicos internacionais têm crescido de forma representativa. Apesar o número total de publicações ter ficado bem estável ao longo dos anos, percebemos um aumento da qualidade desse material, alcançando periódicos internacionais e de maior fator de impacto. Isso aumenta nossa visibilidade no mundo, o que alimenta um ciclo positivo: mais pesquisadores, estudantes e profissionais em geral passam a se interessar a virem para a UFLA, novas parcerias se estabelecem, e os impactos positivos projetam-se sobre ensino, pesquisa e extensão. Ligados a esses resultados, têm sido muito importantes e estratégicas as ações da Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PRPG), com editais e programas que tornam mais acessíveis as publicações internacionais e de alto impacto.

Há expectativas de novos projetos e ações que possam incrementar e impulsionar ainda mais a pesquisa? O que é destaque hoje para a pesquisa no Plano de Desenvolvimento Institucional da UFLA? Alguma grande meta?

Já é bem conhecida a ideia de que as crises são oportunidades para que encontremos novos caminhos. O atual momento delicado pelo qual passa o País nos leva a crer que um caminho importante agora é a busca do fortalecimento do empreendedorismo e da inovação na Universidade. Nossos objetivos, então, envolvem a busca de recursos para subsidiar a pesquisa que possam ir além das tradicionais agências de fomento. A UFLA tem hoje quase cem pedidos de patentes de tecnologias que podem ser transferidas à sociedade e ajudar na geração de recursos que vão retornar e impulsionar a pesquisa. Pretendemos incentivar a inovação e as parcerias público-privadas, de modo que tenhamos mais autonomia, maximizando nosso potencial de oferecer bons resultados à sociedade. Articulações conduzidas por meio do Núcleo de Inovações Tecnológicas (Nintec e Incubadora de Empresas de Base Tecnológica (Inbatec) têm metas nesse sentido, para que avancemos com a pesquisa. Será apenas o início de um longo processo.

Parte desse esforço aparecerá no Ciufla deste ano, que terá foco sobre o tema “inovação”. Nós, da academia, não fomos formados e preparados para a prática empreendedora, e isso precisa ser fomentado. A experiência mostra que é um caminho promissor: hoje sabemos há tecnologias criadas dentro da UFLA, que foram desenvolvidas em empresas incubadas e que agora, já graduadas, movimentam um faturamento alto no mercado, com reflexos positivos para a economia, para o emprego, etc.

Qual você sente ser o maior desafio de ser um pró-reitor de pesquisa?

Sinto grande satisfação por essa oportunidade, porque tenho tido contato com pessoas de diferentes áreas da comunidade acadêmica. É uma experiência rica interagir com a UFLA toda. É um momento de aprendizado.

Hoje na UFLA temos uma área, com as Ciências Agrárias, com uma pesquisa consolidada e sedimentada, ao lado das demais áreas do conhecimento que vêm emergindo com força na pesquisa. Um grande desafio passa a ser, então, garantir que a referência consolidada se mantenha pujante, e, ao mesmo tempo, incentivar as demais áreas a trilhar o mesmo caminho.

Outro ponto desafiador não deixa de ser relacionado ao momento econômico-financeiro. As dificuldades pelas quais passam as agências de fomento na liberação de recursos acabam por limitar nossa capacidade de planejamento. Mas acreditamos que o investimento em inovação poderá nos trazer mais autonomia nesse ponto no futuro.

por Ana Eliza Alvim - da assessoria

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

CAXAMBU VAI SE TRANSFORMAR NA CIDADE DE CORAIS COM O CANTA BRASIL 2025

Aberto ao público, evento vai reunir 18 grupos de diferentes cidades com apresentações no Hotel Glória Caxambu e em vários locais da cidade do Sul de Minas Entre os dias 14 e 17 de agosto, a Caxambu, localizada no Circuito das Águas, será palco do Canta Brasil 2025, um dos maiores festivais de corais do país. O evento musical vai reunir 18 grupos de diferentes cidades da Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. O Canta Brasil 2025 homenageia este ano o saudoso maestro José Henrique Martins (Zeca), idealizador do evento, e o Maestro José Valoni Féo pelos 50 anos de vida artística e dedicação ao canto coral, regente do coral da Associação Bosque Marapendi, do Rio de Janeiro. A cerimônia de abertura será no dia 14 de agosto, às 19 horas, no Hotel Glória Caxambu, e o encerramento no domingo, dia 17, às 8h30, no Parque das Águas. Durante quatro dias, corais vão mostrar um repertório variado e bastante atrativo. A programação prevê diversas apresentações nos dia...

CRESCIMENTO ORDENADO

São célebres e recorrentes exemplos de cidades que, ao experimentar ciclos duradouros de crescimento, deixaram de lado o planejamento urbano e viram parte dos avanços conquistados se converter em degradação.    Para fugir desse indesejável efeito colateral do desenvolvimento, Pouso Alegre, no Sul de Minas, se dedica à modernização das leis que regimentam o uso, a ocupação do solo e a disposição urbana em todas as suas dimensões. Não se trata de uma discussão trivial. Até o final de 2013, ao menos quatro projetos de leis foram elaborados pelo Executivo e aprovados pela Câmara de Vereadores com a missão de estabelecer as regras fundamentais sobre as quais será baseada a expansão urbana da cidade pelas próximas décadas, quando sua população pode triplicar, se aproximando de 500 mil habitantes. O conjunto de leis moderniza e complementa o Plano Diretor Municipal, estabelecendo critérios a serem observados na construção e disposição de imóveis, conforme sua localização e fi...

GRANA NO CAIXA

Entre julho e setembro deste ano de 2023, os municípios receberam um valor menor de Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Essa redução foi por conta da redução do ICMS dos combustíveis feita na gestão do ex-presidente Bolsonaro. Para compensar essas perdas que atingiram negativamente as receitas dos municípios brasileiros, o Governo Lula está repassando R$ 4 bilhões para os municípios brasileiros. Com isso, o município de Lavras acaba de receber mais de 1,9 milhões de reais para cobrir essas perdas e manter os recursos da prefeitura sem prejuízo.