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POLÊMICA NA CÂMARA MUNICIPAL DE LAVRAS ACENDE ALERTA SOBRE CONDUÇÃO DA POLÍTICA LOCAL

Áudios vazados com conteúdos sobre uma reunião de vereadores membros de CPI é sinal de alerta para lideranças tradicionais da política de Lavras

Campanha pelas Diretas Já: da esq. p/ dir.: Luiz Inácio Lula da Silva (2º); Ulysses Guimarães (3º); Orestes Quércia (5º); Leonel Brizola (6º); Franco Montoro (7º); Tancredo Neves (8º); Osmar Santos (9º); Fernando Henrique Cardoso (10º)

Ao tomar posse nesta semana para ocupar pela segunda vez a Presidência do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG), devido a renúncia do posto pelo colega José Alves Viana (para cuidar da saúde), o conselheiro Mauri Torres disse que declarou que pretende fazer uma gestão compartilhada e em harmonia com todos e disse que a cordialidade é peculiar ao povo mineiro, que é um povo de conversar e de tentar resolver as dificuldades com habilidade e respeito.

A fala de Torres condiz com anos de experiência e dedicação ao serviço público, que fizeram dele um exímio político mineiro, carregando no currículo, liderando governos na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), inclusive vindo a presidir a mesma, sendo respeitado por todas as alas políticas mineiras, devido ao trato e cordialidade. 

Hoje, algumas formas de se fazer política mudaram bastante, devido os tempos digitais, em que em minutos algo positivo se torna negativo no ralo das redes sociais e vice-versa. Com isto, ascendem novas lideranças e as mais tradicionais acabam se vendo emparedadas, quando não conseguem buscar a renovação de seus perfis. Apesar disso, a forma bonita de se fazer política, ainda prevalece e prevalecerá, pois na essência, a política é um jogo de ideias lançadas ao mar, cujos eleitores pescam aquelas ideias que mais se adaptam aos seus conceitos e realidade e depositam, de forma democrática, nas urnas eleitorais, a sua confiança no pescado. 

O exemplo de Mauri Torres e sua fala, vem em um momento em que o Brasil sofre uma crise de identidade política, com a radicalização, o populismo e o "assassinato de reputações" baseados em ilações e palavras sem fundamentos, simplesmente lançadas ao vento e que, nas redes sociais, circulam como pólvoras a incendiar.

Nesta semana, a leitura do relatório da CPI da Câmara Municipal de Lavras que investiga supostas irregularidades no Consórcio Intermunicipal de Saúde da Microrregião de Lavras (CISLAV) sacudiu os bastidores da política local, envolveu nomes de famílias tradicionais da cidade e levantou diversos debates nas redes sociais. A Câmara Municipal passou por uma grande renovação com as eleições municipais de 2020, alguns dos novos nomes tiveram grande apelo nas redes sociais ou com propostas inovadores, no estilo de muitos movimentos que vêm ocorrendo no país e, com isso, sagraram-se vitoriosos nas urnas. Somado a isso, alguns nomes já experientes e habilidosos da política local também se reelegeram, criando, em tese, um equilíbrio interessante para a atual legislatura. Mas, na prática, com o passar do tempo, esse equilíbrio e tal "renovação" vai passando por testes diante da rotina e da prática legislativa.

Lido o relatório da CPI, óbvio, o retorno iria ser imediato, em tempos imediatos. Em questão de um dia após a leitura, foram vazados áudios envolvendo vereadores da Câmara Municipal de Lavras que estariam reunidos para uma suposta "combinação" de estratégias para a condução da CPI e, eleger supostamente como alvo, o ex-prefeito que deixou o mandato em dezembro do ano passado e que, seria opositor dos parlamentares destacados nos áudios.

Talvez, na prática cotidiana da política, seja "comum" os acordos de bastidores ou talvez "eleger alvos", mas, da mesma forma se seria ético ou não, também demonstrou ser um imenso descuido de dois vereadores "novatos" deixarem serem gravados, sabe-se lá de que forma e, mais ainda, talvez envolver outros colegas até mais experientes que estão acreditando e dando confiança em suas atuações. Um fato como esse, é um alerta aos estreantes e aos mais experientes, de que, a falta de cuidado e habilidade com o trato da política, leva pelo ralo anos de reputações construídas no diálogo e no respeito. Um alerta também ao Executivo municipal, que passa por uma renovação natural de membros e apoiadores, mais cuja mandatária conserva anos de prática política, lastreada pelo respeito e memória do sobrenome construído por anos por seus antepassados. 

O Executivo municipal, hoje, querendo ou não, se vê tendo que lidar com novos personagens e, isso, é ótimo para a democracia, mas, será que o Executivo e o Legislativo estão realmente preparados para estes tempos onde ontem se era a caça e hoje o caçador? Tudo acontece em segundos, minutos. Bem diferente de uma época em que muitos estavam acostumados a gestar o desgaste de opositores e deixar curar em "banho maria". Hoje, um mínimo erro político, desidrata anos de reputação em segundos.

Comentários

Anônimo disse…
as coisas hoje andam rápido, as pessoas tem pressa, as coisas tem pressa, se a prefeita for esperta esquece o cherem e cia e firma a administração dela, tudo que ela precisa é um governo digno. ninguém tá afim fofocas e picuinhas como era antes, isso rende no dia, dia seguinte já surge outra
Wagner Souza disse…
Se formos pensar, Lavras está parada no tempo, aqui se vive como se não fosse uma cidade de mais 100 mil habitantes, uma prefeitura parada no tempo e arcaica onde pessoas mal sabem redigir e alinhar a formatação de um e-mail, onde não se torna digital as demandas, um aplicativo péssimo e uma câmara onde nem se sabe o que os vereadores fazem, site desatualizado. Poucos vereadores divulga seus trabalhos de forma profissional. Uma coisa é certa, agora o povo cansou de vez, na próxima o facão vai correr solto.
Anônimo disse…
resumindo: hj a colheita é rápida. armou hj, já colhe amanhã kkkkk
Anônimo disse…
empresas, empregos, trabalhar que é bom, nadaaaaaa. aqui não evolui, troco nas urnas
Anônimo disse…
Se foi lavrada ata notarial em 25 de junho, imagina o que se deve ter desde essa época kkkkk

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