Pular para o conteúdo principal

AÉCIO CRESCE NO JOGO

O governador mineiro aparece pela primeira vez à frente de Dilma e Serra em pesquisa do Vox Populi e torna-se alternativa real ao Planalto na visão de empresários, políticos de vários partidos e até ministros de Lula



“Ser vice de Serra é uma possibilidade que não existe”, disse Aécio Neves, pré-candidato a presidente

A cena é uma espécie de batismo para todo candidato a presidente da República. Mas só costuma ocorrer quando o concorrente consegue reunir credenciais realistas para ser o protagonista. Um grupo de seletos 100 empresários, representando boa parte da riqueza produtiva do País, sentados para jantar e ouvir as propostas de um pretendente à cadeira mais importante do Palácio do Planalto. Até agora nenhum dos supostos concorrentes na eleição de 2010 havia ocupado este cenário.

Na segunda-feira, 9, em São Paulo, um deles, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, fez sua estreia e saiu do palco aplaudido de pé por cinco minutos. Com um discurso de conciliação com os adversários, reconhecimento aos acertos do governo Lula e fidelidade ao projeto do PSDB, sobretudo no caso das privatizações, Aécio ganhou a plateia composta por nomes como Luiz Trabuco (Bradesco), Roberto Ermírio de Moraes (Votorantim), Ivan Zurita (Nestlé), David e Daniel Feffer (Suzano), Horácio Lafer Piva (Klabin), Cledorvino Bellini (Fiat), José Carlos Pinheiro Neto (General Motors), Patrick Larragoiti (Sul América), entre outros.

Esta aprovação em público ao nome de Aécio reflete o seu crescimento no jogo da sucessão que já está sendo captado pelas pesquisas eleitorais. Uma delas é uma consulta espontânea feita pelo instituto Vox Po puli por encomenda de um partido da base aliada ao governo federal à qual ISTOÉ teve acesso com exclusividade. Os números surpreenderam a quem teve acesso ao resultado, inclusive o Palácio do Planalto. Aécio só perdeu para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, claro, não é candidato à reeleição. Na cabeça dos dois mil eleitores consultados em todo o País, o nome do governador mineiro está mais forte do que o da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e do governador paulista, José Serra, seu contendor no PSDB pela vaga de candidato.

Ao serem perguntados em quem votarão para presidente – sem que lhes fosse mostrada nenhuma lista -, 13% dos consultados responderam Lula, 11% falaram Aécio, 10% Serra, 6% Dilma. O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) ficou com 3%, a senadora Marina Silva (PVAC) com 2% e a vereadora Heloísa Helena (PSOL-AL) com apenas 1%. E 53% responderam que não sabem em quem votarão.

Procurado pela revista Istoé, o diretor do Vox Populi, Marcos Coimbra, recusou-se a comentar a pesquisa, mas confirmou a existência do levantamento, concluído em 2 de novembro. Coincidência ou não, esta semana a candidatura de Aécio ganhou amplitude. Os empresários deixaram o jantar convencidos de que ele disputará o Palácio do Planalto. Mas antes mesmo de ser aplaudido à noite, o governador já havia obtido sucesso ao fazer a palestra "Novos rumos para o Brasil" para outros 300 empresários reunidos pelo grupo Lide em um hotel em São Paulo. Nos dois eventos, Aécio agradou ao defender "um choque de gestão no governo federal", embora tenha deixado claro que o PSDB jamais aceitará a "armadilha" imposta por "um partido e um candidato que se confundem com Estado e governo e que pretendem transformar a disputa em uma eleição plebiscitária".

Sérgio Pardellas e Fabiana Guedes, revista Istoé

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

BOLSONARO CONDENADO

Nesta quinta-feira (11), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu, por maioria, condenar os oito réus do Núcleo 1 da ação penal 2668, a trama golpista. A AP 2668 tem como réus os oito integrantes do Núcleo 1 da tentativa de golpe, ou “Núcleo Crucial”, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR): o deputado federal Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF; o general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro (réu-colaborador); o ex-presidente da República Jair Bolsonaro; o general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e o general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa. A acusação envolveu os crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de E...

ANTT EM PERDÕES

O prefeito Teco, o vice Totonho, o presidente da Câmara Jhonny e os vereadores Luizinho e Wagão, receberam ontem os técnicos da Agência Nacional de Transportes Terrestre (ANTT), Allan Milagres e Carlos Alvisi para discutir "in loco" às modificações nos acessos em áreas prioritárias de Perdões.

O CASO FUNDECC

Comparando as falas do Reitor com o Relatório elaborado pelo Adriano Higino O reitor da Universidade Federal de Lavras (UFLA) disse em uma reunião do Conselho Universitário (CUNI) que a Fundação para o Desenvolvimento Científico e Cultural (Fundecc) estava com graves problemas financeiros e que havia indícios de desvio de recursos públicos nos projetos geridos pela fundação. Quem assistiu a fala do Reitor no Conselho Universitário entendeu que a FUNDECC estava com os dias contados e que, em breve, vários professores da universidade teriam que explicar esses indícios de irregularidades para as autoridades. Pois bem, ao que parece, o Reitor, por algum motivo, desistiu de apurar as “supostas irregularidades” na FUNDECC, ou, pelo menos, de compartilhar essa apuração com o CUNI, que é o órgão deliberativo máximo da instituição. Também, ao que parece, o Reitor transmitiu informações incorretas ao explicar a situação financeira da FUNDECC. Pelo menos é isso que consta no relatório escrito pel...