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OS BASTIDORES DA UNIVERSIDADE


Nos últimos anos, a Universidade Federal de Lavras (UFLA) vêm passando por um processo de renovação em seus quadros de servidores, além das mudanças culturais, socioeconômicos e política que influenciam o cotidiano da instituição. Atingindo a maioridade como universidade federal, a instituição passou a vivenciar nos últimos 2 anos a saída em maior número de servidores por aposentadoria que foram fundamentais na construção da história e do fortalecimento da UFLA. 

Em quase 20 anos de um mesmo grupo, que começou com a ascensão de Antônio Nazareno Guimarães Mendes como reitor, passando por seu sucessor José Roberto Soares Scolforo, a UFLA experimentou um vasto crescimento em sua estrutura física, além de se fortalecer politicamente como instituição, dada a uma boa articulação interna de seus gestores e equipes, que garantiu a universidade diálogo com as mais variadas correntes políticas e, assim, superar até mesmo instituições de dimensões maiores. Nestes quase 20 anos, além dos gestores, diversos nomes da universidade se revezarem em cargos estratégicos, garantindo que a universidade conseguisse se fortalecer administrativamente. 

Um nome para manter o trabalho
Na última consulta interna para escolha de reitor e vice, esses quase 20 anos de domínio de um mesmo grupo começou a dar sinais de enfraquecimento, mais com a força e o prestígio do ex-reitor Antônio Nazareno e de José Roberto Scolforo (que já estava terminando o seu mandato) ainda presente na memória interna, em uma disputa interna acirrada, foi escolhido João Chrysóstomo de Resende Júnior para seguir com a tarefa de comandar à UFLA pelos próximos anos. Posteriormente, teve seu nome sacramentado pelo presidente da República e nomeado pelo ministro da Educação. 

Inicialmente, João Chrysóstomo de Resende Júnior não era o principal nome, mais ganhou força com a desistência de um outro nome que era cotado. Chrysóstomo exerceu nestes quase 20 anos vários cargos de direção e assessoria nos mandatos de Antônio Nazareno e José Roberto Scolforo. Burocrata, foi pró-reitor de Graduação durante a implantação do Reuni, programa do Governo Federal que possibilitou o crescimento vertiginoso nos últimos anos. Devido essa experiência com a gestão, teve seu nome avalizado para suceder José Roberto Scolforo e, assim, manter o grupo no comando da instituição. 

Embora tenha sido o escolhido, não foi uma unanimidade, vista que nomes "mais badalados" da cena da UFLA almejavam o posto e, também justo por isso, Chrysóstomo foi escolhido para "estancar a sangria" que viria acontecer. 

Um grupo que se desfaz de forma gradativa
Com a posse de Chrysóstomo era vísivel nos bastidores da universidade que o mesmo grupo que perdurou durante quase 20 anos no poder, viria a se desidratar de forma gradativa. Conflitos de ideias e formas de agir, já nos primeiros meses deram mostras de que o modelo de status quo de sucesso não se sustentaria mais por muito tempo.

Poder das faculdades e escolas
O fator decisivo para o início do desmembramento do grupo da qual o atual reitor se originou veio com a implantação das faculdades e escolas, unidades acadêmicas autônomas em gestão, o que tira a força da reitoria em nomeações unilaterais, mas dá a essas unidades mais poder de voz e democracia nas suas decisões. 

Poder dos servidores
Nestes quase 20 anos, os servidores técnico-administrativos da UFLA obtiveram muitas vitórias, mais também houveram grandes embates internos, denúncias de perseguição, um processo administrativo (PAD) polêmico e um sindicato protagonista. Mesmo, a adesão da comunidade acadêmica às pautas dos servidores não atingiam grandes proporções, muito pela imagem e sucesso das gestões de forma consecutiva. Já na última consulta interna para a reitoria, os técnico-administrativos mostraram mais força e união, ampliam a margem de votos internos para as chapas concorrentes ao grupo vigente e a tendência é de maior prestígio da categoria, prova disso foi a votação expressiva para compor o Conselho Universitário (órgão máxima da instituição) de um expoente da luta sindical na UFLA, durante estes anos tido como uma das mais importantes "figuras de oposição".

Racha
O último e fundamental racha na base do grupo que se revezava nestes últimos 20 anos no poder na UFLA, se deu com o embate e polêmica gerada com a troca abrupta no Laboratório de exames de Covid-19, que respigou não somente na imagem institucional da UFLA, como criou um enorme desgaste interno, externo e perante a opinião pública. Para muitos, um sinal de que assim como ocorreu como vários segmentos da sociedade lavrense, a instituição pode estar perdendo a sua força e protagonismo.

Comentários

João disse…
Essa matéria já doeu no brilho de muita gente na universidade. Tem gente remexendo na cadeira e dizendo pra comentar nela que tá tudo beleza tudo na paz e no amor kkkk
Anônimo disse…
isso que as pessoas não sabem a denúncia que chegou na reitoria sobre a "capacidade" de um diretor de uma faculdade. acabou a união e a lua de mel na universidade.
Anônimo disse…
O magnífico reitor atual votou contra a linguagem não-sexista depois tramaram no gabinete uma matéria se fazendo que a decisão foi democratica
Carlos Timóteo disse…
Uma matéria demolidora de vaidades.

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