Diante da tensão instaurada entre o presidente eleito do PT no Rio, Luiz Sérgio, e o prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias - devido a um acordo eleitoral feito entre o prefeito e o governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) - o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, disse que pode ter havido uma conversa paralela, mas não uma combinação entre o PMDB e o PT para assegurar a candidatura de Lindberg ao Senado. O petista, como mostra reportagem publicada neste sábado, tem como concorrente a ex-governadora Benedita da Silva, que também quer disputar o Senado pela legenda. Berzoini classificou de "pretensão" a declaração de Lindberg de que o pacto com o PMDB garantiria sua candidatura a senador pelo PT: "Se a conversa existiu, foi entre duas pessoas. Mas é pretensão acreditar que uma combinação assim se torne um acordo do partido. Nenhum filiado do PT está acima das instâncias estadual e nacional. Os agentes políticos têm que conversar, mas o teor precisa ser submetido à direção nacional. O Luiz Sérgio é o presidente, mas também não depende só dele, e sim de toda a executiva nacional", disse Berzoini, ressaltando que desconhecia qualquer pacto entre Lindberg e Cabral.
"Esse tipo de conversa acontece frequentemente. Vamos lidar como sempre fazemos, discutindo dentro do PT". Sobre a possibilidade de o partido priorizar a candidatura de Lindberg ao Senado, tirando da corrida Benedita da Silva, Berzoini disse que não há nada definido. O presidente, que fica no cargo até fevereiro, quando será sucedido por José Eduardo Dutra, deu razão à Benedita, que defendeu uma disputa interna no PT para escolher os candidatos: "Benedita tem razão. Ela anunciou há algum tempo sua intenção de concorrer ao Senado e tem todo o direito de pleitear uma vaga. O Lindberg é prefeito do PT, temos muito respeito por ele, mas é preciso se submeter às regras do partido".
Camila Nobrega, Flávio Tabak e Aloysio Balbi, de O Globo
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