Pular para o conteúdo principal

QUILOMBO MANGUEIRAS REIVINDICA DEFINIÇÃO SOBRE REGULARIZAÇÃO TERRITORIAL EM BELO HORIZONTE

Patrimônio cultural de Belo Horizonte, o Quilombo vem sofrendo com a poluição e ocupação de sua área por terceiros

Regularização fundiária da área pertencente ao Quilombo Mangueiras para que sua história e cultura sejam preservadas e para que as famílias tenham seus direitos resguardados foi a principal reivindicação da comunidade durante visita técnica realizada pela Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana no último dia 19. 

Para os representantes da Associação Quilombola Mangueiras, apenas depois do reconhecimento do território e de seus limites por parte do poder público federal é que a Comunidade Quilombola será atendida nas suas demandas básicas e urgentes. A atividade foi requerida pelo vereador Edmar Branco (Avante).

O problema das 31 famílias que vivem em 14 moradias começa pela questão do endereçamento. Sua área, que abrange cerca de 19 hectares, inclui três códigos postais, e ainda não está definida se é pertencente à Região Norte ou Nordeste da capital. 

“Temos problemas com correio, cartas que chegam com um mês de atraso, e também não somos atendidos com ponto de ônibus próximo da entrada da Comunidade. Há um desmerecimento dos cidadãos por causa dessa indefinição”, afirma Ione Maria de Oliveira, integrante da diretoria da Associação.

No entanto, a principal questão que vem prejudicando os moradores do Quilombo, decorrente dessa falta de regulamentação territorial, é a ocupação irregular e desordenada da área por terceiros. Como a maior parte do espaço é de preservação ambiental, com vegetação nativa e nascentes, e não possui cercamento apropriado (o que existia foi derrubado), encontra-se vulnerável e é alvo de constantes invasões. 

“Não somos contra ocupações, mas uma ocupação desordenada é cruel. Não respeita o meio ambiente e nem a história do lugar”, afirma Tomás Francisco de Oliveira, morador do Quilombo há mais de 40 anos.

Poluição
Além da devastação ambiental que prejudica as atividades rurais e religiosas, a comunidade também tem sua saúde prejudicada com a poluição das águas do córrego Lajinha. 

Segundo representantes da Copasa, ligações clandestinas de esgoto e interferências na rede regular por parte dos moradores da ocupação, conhecida como Novo Lajedo, prejudicam a qualidade das águas. 

Antes puras e cristalinas e utilizadas para consumo e banho, atualmente estão sujas e impróprias para uso. Moradores da Comunidade contam que há pouco tempo foi encontrado no córrego até mesmo um sofá.

Maria Nazaré Teles, da diretoria de Políticas para Igualdade Racial da Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania, diz que já vem acompanhando os prejuízos trazidos pela ocupação nos últimos anos e ressalta a urgência da conscientização das pessoas para a preservação do espaço. 

“Aqui é lugar de resistência negra, que vem de várias gerações e que tem que ser preservado. Esse Quilombo é mais antigo que a cidade de Belo Horizonte. Portanto, a urbanização aqui deve ocorrer com uma função social e com ordenamento”. 

De acordo com o vereador Edmar Branco, é necessário “um olhar especial para esse espaço que é um patrimônio cultural de Belo Horizonte. Precisamos unir forças para resolver os problemas”. Nesse sentido, Branco informa que foi criada uma Frente Parlamentar de Defesa das Comunidades Tradicionais de Matriz Africana na Câmara de BH que irá contribuir com o avanço das questões demandadas pela Comunidade Quilombola.

Encaminhamentos
Outra questão que diz respeito à preservação do território do Quilombo Mangueiras é o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre o Ministério Público Federal (MPF), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e a Comunidade Quilombola de Mangueiras, firmado devido à implantação do projeto Operação Urbana do Isidoro. 

Suas obras, que abrangeram a construção de unidades habitacionais e ampliação da MG-20, ocasionaram a destruição de grande parte da vegetação do território. 

De acordo com o presidente da Associação Quilombola Mangueiras, Maurício Moreira dos Santos, o TAC foi oficializado como medida compensatória pelos prejuízos causados ao Quilombo, mas ainda não foi cumprido.

Como encaminhamentos da visita, o subsecretário de Assuntos Institucionais da Prefeitura de Belo Horizonte, Silvinho Resende, afirmou que irá fazer um levantamento do andamento do TAC e também do processo de regularização do território para que a PBH avalie o que pode ser agilizado. 

Já o vereador Branco se comprometeu a agendar uma reunião com todas as secretarias municipais que podem contribuir com as resoluções dos problemas: de Obras e Infraestrutura, de Política Urbana, de Meio Ambiente, de Cultura e de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania, juntamente com a Frente Parlamentar e com representantes da Copasa e Cemig. 

O vereador também se prontificou a agendar reunião com representantes do Departamento de Edificações e Estradas de Rodagens de Minas Gerais (DEER/MG) para tratar da questão do acesso à Comunidade.

com assessoria

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

CONSELHO DA UFLA APROVA CRIAÇÃO DE NOVOS CURSOS DE GRADUAÇÃO

A Universidade Federal de Lavras (UFLA) emitiu a Portaria Reitoria nº 886 , de 5 de dezembro de 2025, aprovando favoravelmente a criação de 11 cursos de graduação, conforme deliberação do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE). Os cursos incluem Enfermagem , Terapia Ocupacional , Fonoaudiologia , Inteligência Artificial , Sistemas para Internet , Segurança Cibernética , Jogos Digitais , Viticultura e Enologia , Tecnologia em Automação Industrial , Gestão Financeira e Ciências Sociais . A proposta será encaminhada ao Conselho Universitário (CUNI) para deliberação final. A portaria foi assinada pelo Reitor em exercício Jackson Antonio Barbosa .

VIGILÂNCIA SANITÁRIA INTENSIFICA FISCALIZAÇÕES PARA PREVENIR O COMÉRCIO DE BEBIDAS IRREGULARES

A Vigilância Sanitária de Varginha está realizando uma ação intensiva de fiscalização em distribuidoras e mercados da cidade para prevenir a comercialização de bebidas adulteradas e irregulares. Até o momento, foram apreendidas bebidas com prazo de validade vencido e sem procedência, mas nenhum caso de bebida falsificada ou adulterada foi identificado no município. Cinco equipes da VISA estão vistoriando 40 estabelecimentos, com foco em bebidas destiladas como cachaças, vodcas, whiskies e gins. A ação faz parte do trabalho preventivo da Secretaria Municipal de Saúde para proteger o consumidor e garantir produtos seguros. Dica importante: Antes de comprar, verifique o lacre e o rótulo, desconfie de preços muito baixos e, em caso de dúvida, entre em contato com o fabricante pelo SAC informado na embalagem. 📞 Denuncie bebidas suspeitas! Vigilância Sanitária de Varginha Telefone: (35) 3690-2204 Site: visavarginha.com.br/index.php/denuncias/

PROJETO CRIA RECEBE PRÊMIO DO ESPORTE MINEIRO 2017

O assessor do reitor para Assuntos de Parcerias, professor Antônio Nazareno Guimarães Mendes, esteve na solenidade para receber o Prêmio O Projeto Cria (Centro Regional de Iniciação ao Atletismo), da Universidade Federal de Lavras (UFLA), idealizado e coordenado pelo professor de Educação Física Fernando de Oliveira, recebeu nesta semana o “Prêmio do Esporte Mineiro 2017”, concedido pelo Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Esportes (Seesp).  A solenidade de premiação ocorreu no auditório da Escola Estadual Governador Milton Campos, em Belo Horizonte, e contou com a participação de distintos atletas e autoridades.   Além de esportistas, o evento também premiou membros da sociedade civil, gestores municipais e entidades que se destacaram nos programas esportivos do Governo de Minas Gerais no decorrer de 2017 e/ou que contribuíram com o fomento do esporte no estado. Para o professor Fernando é uma satisfação obter essa homenage...